Alexander Schmitz-Kohlitz - Uma nova Politec
Uma nova Politec está surgindo, de olho em um lugar entre as grandes companhias da TI brasileira. Não é papo furado. Capitalizada por um investimento de R$ 80 milhões e de olho num lançamento de ações no médio prazo, companhia já abriu filiais na Argentina, Estados Unidos e Japão.
A idéia é transformar a empresa, muito identificada com o setor público brasileiro, em um prestador de serviços de TI para o mercado mundial. O caminho para conquistar esse objetivo passa por aquisições e também pelo Rio Grande do Sul, onde a Politec está presente por meio de uma parceria com a Soluzzione Expansão de Negócios, da empresária gaúcha Silvia Somenzi.
Em entrevista para o Baguete Diário, Alexander Schmitz-Kohlitz, executivo alemão que foi um dos fundadores da Polics, adquirida pela Politec em 2008, e agora é VP Internacional, no comando das operações dos EUA, Japão, Argentina e da diretoria de Negócios na América Latina, detalha um pouco mais os planos da empresa.
Como estão os projetos de internacionalização da Politec?
Alexander Schmitz-Kohlitz: Já temos uma nova operação estruturada nos Estados Unidos há uma semana. Já estávamos lá há 7 anos, mas agora como novo posicionamento, novo CEO, novo headquarter, novo portfólio e inclusive nova localização, pois deixamos a Virginia para ir para Atlanta. Os últimos preparativos estão sendo tomados no Japão. Na Argentina, a previsão é começar em agosto. Até o final do ano, será a vez da Colômbia, México, Chile e Peru. Todas são operações 100% Politec, menos a japonesa, onde a Mitsubishi detém 60% do capital.
Qual é o objetivo das filiais?
Alexander Schmitz-Kohlitz: Em todas, o objetivo é atender o mercado local, menos na Argentina, onde vamos ter também um base para serviços de offshore. Além do custo, 50% ao do profissional brasileiro, ter essa base lá nos permitirá ter um centro com profissionais que falem espanhol, um passo importante para prospectar atividades na Espanha. Nossa meta é gerar 50% da receita fora do país.
Até onde pode crescer o centro de offshore argentino?
Alexander Schmitz-Kohlitz:
Estamos começando um piloto de prestação de serviços de lá para o mercado brasileiro, com 10 profissionais. Até o final do ano devem ser 60.
Qual será o destino dos R$ 80 milhões aportados pela Mitsubishi?
Alexander Schmitz-Kohlitz: Eles serão destinados à expansão internacional da qual viemos falando, mas também à compra de outras empresas que nos facilitem a entrada em segmentos novos como venda de produtos ou utilities. Também temos em mente a abertura de filiais regionais no Amazonas, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A Politec chegou a mencionar planos de fazer um IPO em 2009. Eles estão mantidos?
Alexander Schmitz-Kohlitz: Com a entrada do investimento da Mitshubishi, não faz sentido ir à bolsa agora, em um momento pouco favorável como o atual. Podemos pensar em um eventual IPO no primeiro semestre de 2010.
Vocês contrataram a DCS. Qual será a nova orientação de marketing da empresa?
Alexander Schmitz-Kohlitz: Tradicionalmente, a Politec foi muito focada no setor público, um tipo de atuação onde não se investe em marketing. Agora, com nosso foco no setor privado em nível nacional e internacional, teremos que fazer exatamente o oposto: investir pesadamente em comunicação. Somos uma das maiores empresas de TI do Brasil, mas poucos sabem disso.