Comunicação: com ou sem Qualidade? | Estratégia Corporativa de Comunicação para a TI
Pode parecer muito óbvia a resposta que qualquer um dê a esta pergunta: ”...lógico, que é com qualidade!!”, com um olhar de espanto fazendo parecer ser quase como se fosse uma ofensa, tamanha a obviedade.
Interessante o quanto a retórica se distancia da prática. Considerar que a informação deva ter qualidade, porque é a informação com qualidade que gera conhecimento, é muito bom e demonstra que o conceito está entendido, mas, a questão é se cada um traz o conceito para a prática, no seu dia a dia. Uma comunicação concebida e realizada de forma equivocada impacta na percepção de um projeto, na da competência de uma pessoa, no resultado de uma empresa, na visão que o mercado tem a seu respeito.
Tanto quanto a comunicação inexistente, é tão impactante quanto uma bomba nuclear, que toma qualquer rumo, como um barco a vela sem leme, que é direcionado pelo vento, onde, o norte, passa a ser (a esmo), “qualquer direção”.
As consequências em se decidir deixar de lado a qualidade na comunicação são gigantescas e podem até fazer cabeças rolarem ou empresas deixarem de serem bem sucedidas. As consequências em se decidir deixar de lado o ato de comunicar, então, é sem precedentes.
Sem sermos tão dramáticos, mas realistas, é importante manter sempre a sintonia entre o que se deve comunicar e o que se comunica. Porque, todo mundo sabe que é a ação e a atitude que comunicam o que você é, o que você faz e, que geram a percepção sobre você.
Muitos discursos acalorados acontecem porque alguém não sabia de algo, alguém não compreendeu o que deveria fazer, alguém perdeu o timing do que deveria ser conduzindo, alguém não demonstrou o que deveria para o público correto...e assim vai. Apesar de haver evoluído muito, a TI tem ainda um vácuo no que se refere a comunicar bem. Porque muitas vezes a prioridade é fazer, nem sempre envolvendo quem deve, ou, atuando em colaboração da forma adequada, com os seus públicos. É aí que a percepção negativa tende a prevalecer, pois se não há canais formais e informação legítima e consistente circulando com a velocidade e a assertividade pertinentes, sempre prevalecerão as percepções de cada um, de acordo com o que cada um acha e não para onde os fatos e as evidencias apontam.
É exaustivo estar ligado o tempo todo e fazer com que todos estejam ligados e em sintonia com a informação. Sempre tendo o cuidado em garantir a qualidade para cada público.São realmente muito poucos os que tem este cuidado e que compreendem que uma grande parte das dificuldades e dos problemas que enfrentam são ocasionados por informação com baixa qualidade ou inexistente.
De toda forma, estar aberto a colocar em prática o discurso e priorizar de forma adequada a comunicação, dentro e fora da TI, certamente gerará percepção mais positiva do trabalho, minimizará retrabalho, insatisfação, desalinhamentos e, principalmente, demonstrará consistência no resultado que a TI de fato produz.
Se isto parecer ser bobagem, ou parecer ser um coisa qualquer, então avalie sinceramente tudo que não está funcionando a sua volta e se pergunte: “Será que é só porque alguém deixou de fazer algo certo?”, “Será que é só porque alguém não estava focalizado no que tinha de fazer?”, “Será que é só porque as pessoas não estão a fim de fazer acontecer?”, “ Será que foi só porque eu esqueci de convocar alguém para a reunião?”...
Estamos em um momento único em que podemos ter acesso a tudo, temos informações e conhecimento ao alcance de um toque, e mesmo assim, há a insistência em não priorizar a comunicação e deixar para depois, depois e depois. Por que? Porque sim.
Nunca é fácil admitir que é uma decisão, comunicar. Também nunca é fácil admitir que nem sempre se sabe fazer isso ou nem se sabe por onde começar.
Mas quem sabe, você tenta?
A gente ajuda.
Sílvia Somenzi
Diretora Presidente Soluzzione