Computação Positiva: Foco nas Pessoas
O ano de 2016 a SUCESU-RS trouxe a Computação Positiva como tema de nossos Seminários. Um tema difícil em momentos que a discussão ficava voltada para a tecnologia e suas tendências.
Apesar do risco em trazer esse tema, acreditamos que o "pensar as pessoas" é fundamental para o desenvolvimento das tecnologias e para que elas façam sentido. Além disso, tornar as pessoas mais felizes traz também maior produtividade e resultando em um ganha-ganha para toda a cadeia produtiva. O papel de qualquer gestor, e neste caso falando dos de TI, é não somente as questões diretamente técnicas, mas também as questões pessoais que envolvem sua equipe, independentemente do nível que ocorrer essa gestão. Mas isso nem sempre é muito fácil quando se tem equipes muito técnicas.
Felizmente o resultado do tema para as discussões do ano foi mais que surpreendente. Ou as pessoas realmente queriam uma oportunidade para discutir "PESSOAS" ou despertaram para essa discussão e tivemos muita troca de conhecimento e informações, que certamente enriqueceram a todos os que participaram de algum momento com a SUCESU-RS.
Mas falando do tema propriamente dito, sempre acreditei que uma pessoa motivada trabalha por muitas. E particularmente não acredito que o dinheiro possa ser o motivador, pelo menos não o único. Por isso acabei realizando uma pesquisa sobre o assunto com mais de 140 profissionais da área de TI, em todos os níveis, e os resultados acabaram comprovando isso. Ficou claro que as pessoas precisam do dinheiro para sobreviver e muitas acabam se submetendo a realização de tarefas que não são necessariamente as que mais lhes motivam, porém são as que mais dão condições financeiras. E no meu entendimento, é papel do líder ajudar as pessoas a acharem suas motivações, criar um ambiente motivador e com isso deixar as pessoas mais felizes. Certamente os números mostrarão maior produtividade.
Ainda como uma percepção particular e de alguma experiência, motivar as pessoas, ou deixa-las felizes não tem relação direta com trabalhar menos. Essa é uma grande confusão que alguns fazem. A realização de uma tarefa entregue, que irá gerar resultado para empresa, que faz a diferença é revigorante, e é isso que traz a felicidade, ainda que tenha sido um trabalho árduo obter essa entrega - muitas vezes quanto mais difícil, mais gratificante a entrega.
Outra confusão no meu entendimento é o excesso de complacência, buscando com isso a cumplicidade do colaborador (porque agora deve-se chamar de colaborador, e não de empregado ou recurso :-( ). As pessoas não precisam de "pena", elas precisam de respeito, de outra chance, que seja falado a verdade e que se mostre o objetivo do que estão fazendo, é preciso alinhar as expectativas e ajudar para que os objetivos sejam alcançados. Resumidamente as pessoas trabalham por propósito, caso contrário sentem que seu tempo de vida - que é curto - está sendo desperdiçado.
Em resumo, colocar as pessoas no centro das decisões é papel de um líder.
Sobre o autor: Daniel Luis Costa Scherer
Presidente da SUCESU-RS e Gerente de Tecnologia da Informação do Grupo Sabemi
Formado em Análise de Sistemas pela Unisinos com Pós em Engenharia de Software e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas